terça-feira, 30 de setembro de 2014

DIA 3 - SANTA BÁRBARA A BOM JESUS DO AMPARO - 52 KM

ALTIMETRIA POR TRECHOS




Detalhes do Caminho

Santa Bárbara a Barão de Cocais - Estrada boa, com muita mata fechada e bastante sombra. Barão de Cocais tem boa infraestrutura turística sendo muito procurada devido a suas cachoeiras, além da Ruína Soco, uma antiga mina adquirida por ingleses, no século XIX, transformada em Vila Britânica. 


cachoeira de cocais

Barão de Cocais a Cocais - Com uma subida de 6 km, deve-se tomar cuidado pois a estrada possui mata burros, cruzamentos e, em época de chuva, um solo escorregadio. Um trecho de rara beleza, percorrida quase que todo o tempo em uma floresta de Eucalipto. Um trecho interessante é do Sítio Arqueológico da Pedra Pintada, com pinturas que datam de 6.000 anos atrás. Daqui, é possível visualizar algumas cidades. Cocais tem uma boa infraestrutura e muitas cachoeiras. 




Cocais a Bom Jesus de Amparo -  Este trecho em meio a floresta, onde ruas são abertas com frequência, deve-se dar muita atenção às planilhas que também é fundamental no cruzamento da BR 381, ponto de difícil entendimento. Aqui há várias plantações de café que embelezam a paisagem. A estrada será em terra e, após o marco 417, passará a ser asfaltada.

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Hoje acordamos após uma noite muito bem dormida e descansada. Marcamos o café para as 7h00 e nos encontramos no refeitório do hotel. Tínhamos uma visão espetacular da janela e aproveitamos para apreciá-la enquanto fazíamos a nossa refeição.


Por sorte, tivemos a brilhante ideia de fazer alguns lanchinhos. Levamos umas frutas, pão de queijo e bolo... isso garantiria nossa 'refeição' mais tarde. 

Todos do lado de fora, é hora de organizar as bike's e partir. 




Pausa para a foto oficial da partida...



Como estamos na área central da cidade, ponto de partida, zeramos o velocímetro e seguimos exatamente daqui. Ainda na cidade, fomos abordados por uma 'mãe noel' entregando balas e docinhos para as crianças... Zé Marques gostou muito, não é Zé? hehe


Na sequência, pegamos um trecho de asfalto, terra e asfalto novamente. Conforme nosso gráfico de altimetria apontava, não houve grandes subidas e descidas. Por isso, chegamos rapidamente a Barão de Cocais. 





Daqui foi possível avistar uma grande ponte férrea, que passaríamos embaixo, uns quilômetros à frente. 



Barão de Cocais foi um grande homem... proporcionava meios de sobrevivência de centenas de trabalhadores. A cidade foi fundada em 1713, por bandeirantes portugueses e brasileiros. Em 1764 começaram as edificações da grande matriz. Seu apogeu foi em 1925, quando a Companhia Brasileira de Usinas Metalúrgicas criou uma filial no local, a ferro-gusa. Á partir daí, a cidade desenvolveu-se rapidamente.
  
Assim que entramos na cidade, um pouco maior do que as que passamos anteriormente, tivemos dificuldades com a sinalização meio confusa. Fomos até a rodoviária e aproveitamos para nos reabastecer. A partir daí, não encontramos as setas para seguir. Decidimos ir em direção a matriz, na esperança que o ponto de partida fosse ali... mas não era. Por isso, liguei o GPS para chegarmos a 'tal' rua que apontava o mapa. 


'De cara', começamos a subir... aliás, hoje será o dia da grande subida. Serão 6 km, com ascensão de 400m, de uma só vez! 

Rapidamente chegamos naquela ponte férrea, que vimos a pouco. É impressionante sua altura!





Após as fotos, continuamos subindo no que 'era para ser' uma grande floresta de eucaliptos. Mas infelizmente, estamos na época do corte e plantio. Para nossa tristeza, em pleno sol do meio dia, não havia onde encontrar refúgio, o que dificultava muito a pedalada... 


Alguns de nós tiveram de empurrar a bike por alguns quilômetros aqui.





Após 3, dos 6 km que tínhamos que subir, decidimos fazer uma pausa, já que conseguimos uma sombra. Aproveitamos para repor nossas energias.




Mas era hora de continuar a subir e subir... gastamos umas duas horas para conseguir concluir este pequeno trecho. 


Para nossa felicidade, tudo que sobe uma hora tem que descer. Mas, logo no início, levamos um grande susto pois Claudinha caiu. Ficamos tranquilos ao perceber que ela não se machucou. Depois disso, descemos todos mais tensos e cautelosos. 




Este trecho é muito bonito, apesar da grande dificuldade. Usufruímos da boa sinalização do CRER (Caminho Religioso da Estrada Real) que mais tarde descobrimos, por meio de um amigo, não ter relação direta com a Estrada Real. Estes pequenos marco's estavam em todos os cruzamentos e ajudaram a nos manter no caminho correto, visto que não haviam muitos totens da Estrada Real por aqui. 


Após uma longa descida, entramos numa floresta de eucaliptos, onde a temperatura ficou mais amena e suportável. 





Já tínhamos ouvido falar em uns 'mata-burros' perigosos e eles começaram a aparecer nestes trechos. Sempre que passávamos por um, aguardávamos o pessoal, a fim de avisá-los.


Quando chegamos no famoso sítio arqueológico Pedra Pintada, onde existem pinturas rupestres que datam de 6 mil anos A.C., fomos tristemente surpreendidos com os portões fechados... eu sei que devido ao feriado, a chance de estar aberto era mínima... mas sei também, que muitas pessoas conseguem sair com suas famílias para passear  justamente nessas datas. Por isso, achei um absurdo estar fechado, ainda mais por constar na placa, ao fundo, a seguinte informação: Aberto inclusive aos sábados, domingos e feriados. 
???


A pior parte é que pretendíamos comer e reabastecer os cantis por aqui... 

Logo depois, Verinha caiu parada, nos dando o maior susto. Como ela não se machucou, seguimos e após uns 5 km ela percebeu que estava sem os óculos. Provavelmente teria perdido no momento de sua queda. Carlão, o forte, como sempre muito prestativo, voltou para buscá-lo... nós ficamos paradinhos, aguardando por ele. Poucos minutos depois ele retorna e, para a nossa alegria, estava com os óculos de Vera! Valeu 'migão'...


É claro que, como tivemos que aguardar, aproveitamos para fazer umas 'fotios'... 





Chegamos então a vila de Cocais, um distrito de Barão de Cocais. Aqui, pretendíamos almoçar e nos reabastecer. 


Aliás, com o sol a pique, vim sonhando com isso... mas, para nosso total desespero, não havia nada aberto na vila inteira, nem mesmo para podermos tomar água! Poucas coisas me tiram do sério, mas ficar sem água é horrível! Andávamos de um lado a outro, seguíamos para todas as direções a procura de um bar, mercearia, qualquer coisa...  e nada. Foi quando alguém teve a ideia de bater em uma casa e pedir ajuda. Fomos atendidos por estes três anjos... parecia que eles tinham água infinita e gelada! Eles encheram os cantis de todos duas vezes, afinal, como estávamos 'secos', assim que trouxeram da primeira vez, bebemos tudo. Obrigada meus queridos, que nunca falte nada a vocês!


Seguimos em frente e após alguns quilômetros, saímos ao lado de um posto de gasolina. Ali, conseguimos nos reabastecer... comemos e bebemos a vontade! Quando a fome e sede é muita, afeta meus sentidos de fotógrafa, por isso, não registrei esta nossa parada. (hehe)

Na sequência, atravessamos a BR-381 e seguimos por uma estrada de terra... Novamente sobe, sobe, sobe... 



Depois, seguimos por uma estrada em asfalto bem tranquila, com pouquíssimo movimento. Pegamos uma boa descida até Bom Jesus do Amparo. No caminho, ainda assistimos ao pôr do sol... 


Na chegada, soubemos que a pousada ficava na parte mais alta do município... é claro! Bom, sentamos na bike e sobe, sobe, sobe... mas antes de chegar a pousada, passamos no centro da cidade e lá tivemos um grande encontro! Fernando Gonçalves, um guia turístico daqui, estava me acompanhando no facebook. Como sabia que chegaríamos hoje nos aguardava. Aproveitamos para fazer algumas fotos com ele e seguimos juntos até a Pousada Real. 


Chegando na pousada, fomos recebidos pelo dono da pousada, Joãozinho. Ele nos mostrou os quartos e providenciou nossas bebidas. Após um merecido banho de água gelada, descemos e começamos uma boa proza com Fernando. Ele nos contou e mostrou quantas pessoas ele já conheceu, fazendo o Caminho dos Diamantes... Olinto, Danilo Perrot (Projeto Homem Livre), Pedarilhos, enfim, muitas outras pessoas que passaram por aqui, ficando registrado em seus belíssimos e super-organizados cadernos de recordações. Hoje somos nós! Deixamos uma mensagem, registrando nossa passagem por Bom Jesus e pelo caminho de Fernando. Ele também nos deixou carinhosas dedicatórias, em nossos passaportes, com seu carimbo personalizado. 

E para finalizar, como todos os restaurantes da cidade também estavam fechados, pedimos uns lanches para o jantar. 


E assim termina mais um brilhante dia do nosso Caminho dos Diamantes. 
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Reserva confirmada na Pousada Real BJA - recomendado
Fone 31-8599.6071 - Joãozinho
R$ 50,00

Fonte:
http://www.oswaldobuzzo.com.br/Home/2009---estrada-real---caminho-dos-diamantes

Fotografia:
Claudia Jak
Maria Mendes
Vera Marques

2 comentários:

  1. Olá, amigos cicloviajantes! Como vocês estão? Muito bom ler os relatos da cicloviagem de vocês no nosso Caminho dos Diamantes - Estrada Real. Estas fotos são inspiradores também. Sou grato por ter proseado com vocês, contado um pouco da nossa história, das centenas de encontros com outros viajantes e ter solicitado que levassem a segunda carta para um amigo Ademil em São Gonçalo do Rio das Pedras. Pois só o viajante que vai para Diamantina tem condições de transportar as mensagens. Lembrando assim um costume que os tropeiros faziam no passado, possibilitando a comunicação entre as pessoas das vilas distantes. Em junho/2015 ele esteve também aqui em Bom Jesus e foi um encontro muito especial, assim como foi o nosso. Fico feliz que tenham passado e pernoitado em Bom Jesus do Amparo-MG, registrado e visitado nossa Igreja Matriz, datada de 1841. Como sabem, sempre que tenho a chance costumo conversar com os viajantes, principalmente ciclistas, na pracinha (local do nosso encontro no dia de Natal em 2014), registrar os nossos encontros nos Livros dos Viajantes da Estrada Real (somam-se sete), a tradicional foto, desejar uma ótima cicloviagem com as bênçãos do Bom Jesus e dar o nosso Abraço Real. Sejam sempre bem-vindos! Valeu!
    Saudades de vocês (Cláudia Jak, Felipe, Claúdia e Carlão, Maria, Vera José Marques)
    😁 Estrada Real, a gente se encontra aqui!
    Fernando Gonçalves, guia de turismo de Bom Jesus do Amparo-MG
    ferghuma@gmail.com

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  2. O Fernando Gonçalves me recepcionou nas diversas vezes nas quais passei por BJAmparo. Sujeito boa praça, acolhedor, educado, conhecedor da região e dos caminhos reais. É meu Xará. Aquele trecho que atravessa um reflorestamento de eucaliptos, lembrou-me o cenário do filme As Bruxas de Blair.

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